quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Renato Gusmão: Um poeta por aí e seu novo livro.


Conheci Renato Gusmão nas redes sociais, ainda no tempo de Orkut, um dia ele me mandou um CD com seus poemas e depois me mandou livros. Finalmente o conheci em carne e osso, na cidade de Bento Gonçalves, onde acontecia o Congresso Brasileiro de poesia. De lá pra cá, foi uma amizade artística com alguns contatos ao vivo e muita troca de informação e arte pelas redes sociais.
Hoje, com um  novo livro recém lançado, “encharcado”, o paraense Renato Gusmão é um forte nome da poesia nacional. São anos dando seu brado ao coração do povo brasileiro. Nesta entrevista, ele fala um pouco de si enquanto sua poesia fala por si.
(Jidduks)


Renato Gusmão começa 2019 com o lançamento do seu novo livro. Papel,
formato, qualidade gráfica e poética inconteste! Um libelo para qualquer
biblioteca que queria ser feliz!
Jidduks – Você alterna entre o palco, a escrita e faz militância cultural em Belém. A quanto tempo e quais os altos de baixos da tua carreira?

Renato Gusmão - Sim, além de produzir, captar, arregimentar. Desde o dia 20 de março de 1993 que realizo minhas próprias produções. 
Tudo me satisfaz imensamente, porém há percalços, por exemplo: o descaso do poder público e privado com a arte, de um modo geral. 

Jidduks – Fale um pouco do contexto histórico-poético de Belém e quem é Renato Gusmão nessa história.
R.G. - Em Belém, contém muito da raiz amazônica, por sua localização privilegiada. Os escritores beberam e bebem das riquezas daqui. Nossos nascedouros nos remetem às conseqüências literárias; o povo, os lugares, os rios.
A luta travada, através do movimento da Cabanagem, com certeza nos faz ter esse sangue guerreiro. Eu mantenho-me sempre à frente dos confrontos culturais para poder levar para os leitores o prazer de ler e ouvir poemas.

Marcas

poesia
faz-se até em tronco
de árvore

na parede

no chão da memória

riscada em unhas
e caco de vidro
que estilhaçou no pensamento

(Renato Gusmão)

Jidduks – Viajando pelo Brasil, que impressões você teve sendo um cara da terra de Carlos Gomes, Paulo André Barata e Ismael Nery?
R.G. - Assim feito os três artistas citados nesta questão, no Pará são muitos os monstros sagrados que me impressionam. Em todo lugar eu vejo nos bons artistas, tudo o que é ensinamento, conhecimento.

Jidduks – Você acha que poesia e ideologia convergem? Em que sentido? Ou, qual o papel do poeta no mundo de hoje?
R.G. – Sim e não. O escritor é livre de pensamento e cativo às amarras e batalhas do aprimoramento. 
O poeta, tem um único papel  que é o de ser múltiplo, enquanto existir gente no mundo, pois o poeta não pensa para ele, sim para as pessoas que o lerem. 

Jidduks –  Fale do seu último lançamento , inseguranças e sucessos ao apresentar um livro com alto nível editorial, como e o caso de Encharcado.
R.G. - O livro Encharcado está proporcionando um alto teor de constatação da minha escrita. Todos os dias me vem muita coisa relacionada ao que irei lançar futuramente. Encharcado está me aproximando muito mais dos leitores, e é tudo o que realmente eu mais quero. A forma que utilizei para a produção está sendo o marco de tanta emoção. 

Companheira de solidão
hoje
 te esperei
 a tarde inteira
 só a chuva
 se derramou companheira
 no agasalho da minha
 solidão

(Renato Gusmão)

Jidduks –A pergunta que não quer calar: O Congresso Brasileiro de Poesia, valeu como experiência ou foi além?
R.G. - Ganhei muito com esse evento, muitos amigos e muito aprendizado. O Congresso Brasileiro de Poesia precisa voltar porque é muito importante para o Brasil. Foi muito além, assim como, todos os participantes. 

Jidduks – Quem é Renato Gusmão por Renato Gusmão.
R.G. – Um poeta por aí!

*


Livro: Encharcado
2004 páginas
Editora: Paca-Tatu
Autor: Renato Gusmão
Apresentação: Alfred Moraes
Prefácio: Tchello d'Barros.

#sebodojidduks
WhatSapp - 22 9 9612 2210

Nenhum comentário:

Postar um comentário