sexta-feira, 31 de maio de 2013

Arabela e Frajola - Capítulo VI

Capitulo VI

Na entrada da sala do deputado Samir de Souza, zumbis de mulheres bonitas e que um dia foram sexy se acotovelam, babando e se decompondo. Um forte cheiro de formol no ar. Sobre uma mesa, o deputado com uma seringa nas mãos discursa: “Vocês agora são o sonho de todos os políticos de Porto City, não reagem mais, apenas obedecem, é assim que tem que ser, obrigado a todos, com esta injeção nas mãos, poderei escolher sempre quem eu quiser. Faço sexo com uma de vocês e depois vocês voltam a ser zumbis da democracia portocytiense”.
Enojada, Arabela dispara sua UZI na direção do deputado que dá uma imensa gargalhada e sai voando pela vidraça do prédio. Num rodopio ele para no ar e começa a xingá-la. “Sua vagabunda, você nunca quis ser minha e agora veja, veja o que eu faço com mulheres que desafiam meu poder e minha virilidade” Arabela mal espera ele parar de falar, puxa um lança foguetes e aperta o gatilho. O obuz vai direto na cabeça e a explode. O olho esquerdo do deputado cai no chão junto com seus órgãos genitais, as mulheres zumbis se aglomeram em torno do pequeno membro e o disputam de forma patética até devorá-lo por inteiro. Uma das mulheres esmaga o olho com o sapato vermelho, como se fosse uma barata. Na ultima sala mais de 50 deputados escondidos com seringas de injeção pedem clemência a Arabela. “Meu negócio não é com vocês, peço que apliquem a injeção nos funcionários da câmara para que eles voltem ao normal, é tudo o que peço”. Berinjela, olha para ela e diz “Eu vou ficar aqui, minha deusa, se alguém negar a injeção, passo fogo".
Arabela mostra para os deputados o lançador de foguete portátil e deixa uma ordem para Berinjela “Se eles não fizerem o que mandei, pode fritar todo mundo, vou até o carro para ver como está o Frajola”. Ela pega uma das injeções da mão de um deputado e salta do ultimo andar do prédio e sai planando no ar, em seu parapente, por sobre a multidão de zumbis que andam a esmo sem direção. Arabela aterrissa ao lado do conversível e vê a garotinha de vermelho com a boneca Barbie numa mão e com a outra tenta fazer um carinho desajeitado em Frajola, que também se comporta como gato zumbi. Seu rabo duro, se decompondo, seus olhos cheios de fluidos e uma baba escorrendo pela boca, praticamente sem reação alguma. Arabela aplica meia injeção na menina e meia injeção no gato; eles vão se recuperando. A pele dela, o pelo dele, os pedaços de carne vão se remendando na boca, a pele estica, os cabelos dela e o pelo dele voltam a brilhar, subitamente a menina cai num choro e abraça calidamente Arabela que imediatamente é surpreendida pelo ronronar de Frajola, direto em seu ouvido, assim que ele salta em seu ombro, já recuperado.
Da cobertura do prédio, uma brigada de deputados, capitaneados por Beringela jogam flechas com seringas cheias de fluidos nos zumbis pacíficos de Porto City, a cada flechada eles vão recuperando sua condição humana, os corpos se reconstituindo pelo efeito dos fluidos até que se transformam numa multidão em pânico que corre a esmo, gritando nomes de pessoas queridas, fugindo em direção à larga avenida em torno do prédio, cheio de carros parados, atravessados no meio da rua, como num apocalipse.
Arabela abaixa-se e pergunta à menina com a boneca: "Onde está sua mãe?", "Não sei, hoje ela me trouxe para conhecer o palácio da república de Porto City para eu fazer um trabalho pra escola, mas aí todo mundo foi ficando com cara de mau e eu também fiquei assim", cai num pranto copioso e soluça enquanto grita, "Mamãe, eu quero minha mãe, onde está minha mamãe". Arabela chama Beringela pelo rádio, "Preciso de você, está um caos aqui embaixo, temos que sair agora, a guarda nacional está vindo pra cá", "Ok, minha deusa, to indo", salta do prédio e plana no ar em seguida arma seu parapente e aterrissa no conversível em já alta velocidade, retira o colete e o parapente sai voando sozinho, ele cai sentado no banco de trás ao lado da menina com a boneca barbie. "Precisamos encontrar a mãe dessa menina", diz Arabela enquanto o carro se confunde com a cidade em chamas, os carros parados na imensa avenida e a multidão correndo em todas as direções.

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